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Lar

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Já morei em tanta casa que nem me lembro mais (Pais e Filhos – Legião Urbana)

Desde sempre, esse trecho de Pais e Filhos retrata minha vida. Desde criança, sou acostumada com mudanças. Nasci em Sousa, na Paraíba, e, com três anos de idade, minha família se mudou para Recife, onde vivi durante os quatro anos seguinte. Então, fomos para Lagoa Seca, na Paraíba. Quando estava com oito anos, mudamos para Cristalândia, no Tocantins. Tive um grande choque cultural, mas, em poucos anos, estava tão acostumada, que foi difícil sair de Lagoa da Confusão e depois de Araguaína para Palmas, a capital.

Foram muitas mudanças, igrejas, casas, escolas e pessoas queridas que vieram e foram. Mas, pelo menos, nossa família era unida. Tantas mudanças podem causar um certo cansaço, um sentimento de que nossos relacionamentos serão passageiros e desapego. Por outro lado, elas nos permitem criar novas conexões, sair da rotina, aprender novas culturas e nos fazem perder os preconceitos culturais.

Insatisfeita com a vidinha em Palmas, resolvi fazer faculdade em outro estado. Quando estava com 19 anos, vim para São Paulo, onde habito até os dias atuais. Minha chegada foi uma verdadeira saga. Primeiro, morei os primeiros meses em Osasco, depois mudei para um bairro no centro, próximo à faculdade. E já vou no meu terceiro apartamento na região.

Ficar longe da família foi um grande passo rumo à vida adulta. Antes, eu sempre cantava com convicção “Já morei em tanta casa que nem me lembro mais Eu moro com meus pais”. Um dia, antes da aula, enquanto eu almoçava em um restaurante próximo de casa, estava ouvindo Legião Urbana e caiu a ficha. Eu não moro mais com meus pais. Logo, o segundo verso já não cabia mais a mim.

Talvez, todas essas mudanças tenham me ensinado que meu lar não é uma casa ou uma cidade. Meus pais, irmã, avó, tios e amigos próximos, onde quer que eles estejam, espalhados pelo Brasil, são o meu lar. Por que o lar não é um lugar físico, mas, as pessoas.

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