Se você está se programando para conhecer a Bolívia, com certeza, não pode deixar de visitar Sucre, A Cidade Branca da Bolívia. Poucas pessoas sabem, mas alguns países possuem mais de uma capital. Um deles é a Bolívia. La Paz, que você já deve ter ouvido falar, é a capital administrativa e Sucre é a capital constitucional da Bolívia. 

Sucre fica a mais de 2.800 metros de altitude. Nas primeiras horas, a sensação é de algo pressionando a cabeça, não dói, mas dá para sentir. Com poucos minutos de caminhada já fiquei cansada e sonolenta, mas em casos extremos, a pessoas pode ter náuseas e vômitos – pela quantidade de vômitos que vi na rua, parece muito comum -, essa sensação é chamada de soroche. A minha dica para quem está indo à Sucre de um lugar baixo é: tome um remédio para altitude, Sorojchi Pills, ou chá de coca e use as primeiras horas da viagem para dormir. 

Andar pelas calçadas estreitas das ruas antigas de Sucre é como viajar na história do país. Mesmo no centro da cidade, tudo é tranquilo, sem trânsito. Os prédios antigos são pintados de branco e com portas grandes de madeira, são bem conservados. As praças são arborizadas e cheias de flores. 

A maioria dos carros são dos anos 80 e 90. Em qualquer rua, podemos pedir um táxi. É só olhar para um Toyota Corolla Wagon branco e estender a mão. O preço é negociado com o motorista por pessoa e não tem taxímetro. No painel no carro, um tecido estampado enfeita juntamente com os penduricalhos no retrovisor. 

Veja as dicas que tenho para você sobre o que fazer na cidade branca da Bolívia:

Plaza 25 de Mayo

É na Plaza 25 de Mayo que tudo em Sucre acontece, pelo menos, para os turistas. Essa é uma regra em muitas cidades antigas da Bolívia e Peru. Ao redor da praça estão museus, como o Museo Alfredo Gutiérrez Valenzuela e Museo del Tesoro e prédios públicos, como o Gobierno Autónomo Municipal de Sucre. 

Próximo à Plaza 25 de Mayo, você encontrará bons restaurantes e barzinhos, bancos, igrejas, lojas, mercados, casas de câmbio e muitos outros museus. 

Certa tarde, estava indo ao Mercado Central, passei em frente a uma igreja e vi que estava acontecendo um casamento. Algumas dezenas de minutos depois, quando voltei para a praça, vi uma aglomeração de pessoas em um monumento no meio da praça. Quando me aproximei vi que era o casal tirando fotos dos pós-casamento e os convidados e pessoas aleatórias assistindo. Quando eu disse que tudo acontecia na Plaza 25 de Mayo, era tudo mesmo.

Mercado Central 

O Mercado Central de Sucre fica a um quarteirão e meio da Plaza 25 de Mayo. É bem pertinho. Na entrada, tem um grande camelô. Lá dentro, é uma mistura de hortifruti, açougue e padaria. O cheiro predominante era o das carnes, mesmo quando eu estava caminhando pela parte de pães e biscoitos. 

No corredor, grandes cestos de palha repletos de biscoitos e pães no chão. Não há nenhum pano ou plástico para proteger os alimentos das gotículas de saliva das pessoas ou dos pelos dos cachorros que circulam por ali. 

A parte mais bonita fica meio escondida. O corredor das frutas fica em uma parte que não é coberta. As frutas parecem ter sido selecionadas. Pêssegos, maçãs e physalis – aquela frutinha supercara que colocam em docinhos de casamentos.

O que mais me chamou a atenção no mercado, não só de Sucre, mas nos da Bolívia em geral, foram as cholas. Cholas são mulheres e idosas que fazem duas tranças em suas longas madeixas pretas, usam várias camadas de saias rodadas estampadas, poncho de pelo de alpaca e, muitas vezes, um chapéu de palha enorme – essa é uma roupa tradicional. 

Mirador La Recoleta 

O Mirador La Recoleta nada mais é do que um mirante. Não há nada de tão extraordinário lá, a não ser ver a cidade de outro ângulo e tirar belas fotos. O mirante fica entre 10 a 15 minutos de caminhada da Plaza 25 de Mayo, mas como é uma subidinha, compensa pegar um táxi. 

Próximo ao Mirador La Recoleta estão o Palacete del Guereo e o Museo de Arte Indígena.  

Iglesia La Merced

Eu sei que a igreja mais famosa de Sucre é o Templo de San Felipe Neri. Mas eu descobri um lugar mais legal para ir, a Iglesia La Merced. Essa igreja fica perpendicular ao Templo de San Felipe Neri e possui um terraço com vista para o templo.

A Igreja foi inaugurada no século XVII. Na parte interna, possui o retábulo todo talhado em madeira e dourado, no estilo barroco. Quando eu fui, não estava muito bonita e conservada, o tempo deteriorou a estrutura e estava passando por uma reforma. Mesmo assim, consegui entrar e subir para o terraço. 

Se você quiser conhecer as duas igrejas e os dois terraços, fique à vontade. Mas se tiver que escolher, tenho certeza que você não vai se arrepender de conhecer a Iglesia La Merced. Esse é o meu lugar preferido de Sucre. Fique ligado nos horários de funcionamento dela e bom passeio!

Castillo de la Glorieta 

Que princesa nunca sonhou com seu próprio castelo? Eu nunca pensei que encontraria um castelo na Bolívia, mas a Bolívia pode te surpreender. O Castillo de la Glorieta foi construído no século XIX. Na época, a área era chamada de principado de Glorieta e moravam lá os príncipes Clotilde Urioste e Francisco Argandoña Revilla.

O castelo fica um pouco afastado da cidade. Para chegar lá, você precisa pegar um táxi ou ônibus coletivo. Você pode fazer uma visita guiada ou andar por conta própria pelas dependências do castelo. Alguns móveis, como cadeiras, camas e quadros ainda estão por lá. É possível conhecer quase todo o castelo, sendo restrita a escada principal e os cômodos que ela dá acesso. 

Quando visitar esse castelo, não esqueça de ouvir Valsa da Flores, de Tchaikovsky, e imagine-se correndo pelos corredores usando aquelas roupas e penteados extravagantes ou dançando valsa no baile, onde você conheceu seu príncipe ou princesa, depois de comer coxas de frango com a mão.

Enfim, espero que você se divirta em Sucre e depois volte para me contar como foi e os lugares que conheceu. 

Gostou das minhas dicas sobre o que fazer na cidade branca da Bolívia? Deixe um comentário. 🙂