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Impressões de Santa Cruz de la Sierra, a “locomotiva” da Bolívia

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Santa Cruz de la Sierra é a maior cidade da Bolívia. A cidade fica em uma planície e o clima é bem parecido com o do Brasil: úmido e quente. Segundo os dados de 2011, a cidade tem pouco mais de 1,7 milhões de habitantes – acredito que esse número tenha aumentado nos últimos nove anos. É como se fosse a “São Paulo” boliviana. Onde as pessoas vão em busca de novas oportunidades de emprego e estudo.

Apesar de ser a cidade mais desenvolvida do país, aquela imagem clichê de cidade cheia de prédios altos e espelhados não é uma realidade. Contudo, Santa Cruz de la Sierra possui uma organização no trânsito que nunca vi no Brasil. A cidade possui algumas avenidas circulares, chamadas de Anillos, ou anéis. No total são doze. O primeiro anillo começa no centro, ele é o mais antigo e o mais movimentado. Eu achei que essas avenidas circulares ajudam muito no trânsito.

Falando em trânsito. O trânsito da Bolívia, em geral, é uma tragédia. Não é ruim por causa da quantidade de carros em si, mas pela falta de sinalização. Parecia que eu estava na Índia. Eu esperava essa bagunça na Índia. Poucos cruzamentos possuem semáforo e há raras faixas de pedestres nas ruas e avenidas. É caótico. Mesmo assim, é uma cidade que achei limpa, organizada e segura. Eu já compartilhei aqui no blog sobre o outro lado da Bolívia. Realmente, é me surpreendi positivamente com Santa Cruz de la Sierra e o país em geral.

Algo curioso sobre Santa Cruz de la Sierra é a siesta, um hábito muito comum até hoje. A siesta é o costume espanhol de tirar um cochilo depois do almoço. Lá, boa parte do comércio, serviços e museus fecham na hora do almoço e só reabrem às 15h.

O pouco tempo que estive lá, foi suficiente para conhecer alguns lugares da cidade mesmo e demos um pulinho em Cotoca, uma cidade tradicional que fica nas proximidades. Além disso, deu tempo trocar dinheiro no centro, visitar um museu de arte e tomar um açaí com achachairú, um fruto típico daquela região.

Parque Urbano

A primeira parada do meu passeio em Santa Cruz de la Sierra foi o Parque Urbano. Era umas 10h da manhã de uma quinta-feira de janeiro. Eu não esperava que ele estivesse lotado, mas também não imaginaria que estaria tão deserto. Apesar de ter um ou outro brinquedo quebrado e enferrujado, estava bem conservado. Parecia um lugar tranquilo e ideal para fazer um piquenique em dias ensolarados.

Para justificar a falta de pessoas no parque, criei hipóteses – e prefiro acreditar nelas. A primeira é que janeiro é um mês que chove muito e o parque fica com lama e poças de águas espalhadas pelos caminhos. A segunda é que, talvez, o parque não fique próximo a uma área residencial – essa não é verdade, então ficamos com a primeira. Não vou comentar sobre as outras, porque já vi que não são verdade. 

Praça  24 de Setembro 

A praça 24 de Setembro é o cartão postal de Santa Cruz de la Sierra. É linda e bem conservada. Nem as centenas de pombos que povoam a praça são capazes de enfear o lugar. As pessoas que não estavam no Parque Urbano estavam na praça – óbvio. Contudo, não sei se o movimento era de moradores ou de turistas como eu.

Os prédios, as árvores, não sei o que embeleza aquela praça, mas é encantadora. Foi lá que caiu minha ficha: “Uhul! Mas uma país”. E foi assim que fiquei correndo pela praça para ver os pombos voarem na minha frente.

Ao redor da praça estão a Catedral Metropolitana Basílica Menor de San Lorenzo de Santa Cruz, Brigada Parlamentaria Cruceña, Museo De La Independencia, Club Social 24 de Septiembre, Casa Municipal de Cultura Raul Otero Reiche, Museu de História Regional, além de prédios do governo, restaurantes, bares, lojas e, até, um Starbucks.

Entrei na Casa Municipal de Cultura Raul Otero Reiche, onde uma guia me levou para uma visita guiada. Ela explicou a história de Santa Cruz baseada em obras de artistas locais. Foi uma visita enriquecedora. 

Quando eu estava escrevendo este texto, falei de Cotoca, uma cidadezinha próxima a Santa Cruz de la Sierra, que conheci no mesmo dia. Mas, no decorrer da escrita, resolver fazer um post separado para Cotoca, eu precisava muito falar detalhadamente sobre minha “experiência gastronômica” no Mercado Central de Cotoca.

Depois de algumas horas em Santa Cruz de la Sierra, decidimos seguir a viagem para Sucre, a capital constitucional da Bolívia. Não é nada pessoal contra Santa Cruz, mas é que achamos a cidade muito nutella para mochileiras e tínhamos poucos dias para correr atrás das aventuras mais malucas possíveis.

Se você já foi a Santa Cruz de la Sierra, comente aí suas impressões também. 🙂

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